Universidade Estadual de Ponta Grossa

Primeiramente, o que são APIs?

API (Application Programming Interface) é um conjunto de regras que permite que diferentes componentes de software interajam entre si. É uma interface definida em um software ou serviço que estabelece como outros programas podem se comunicar com ele, quais operações podem ser realizadas e quais dados podem ser acessados. Em um exemplo didático, é como se um controle de televisão fosse o protocolo entre a TV e o usuário, no qual dita o que o aparelho eletrônico irá exibir em sua tela, e o que o usuário pode requisitar ao sistema.

Segue alguns exemplos reais de APIs:

  • Google Maps API: Fornece recursos para incorporar mapas interativos, informações de localização e serviços relacionados em aplicativos e sites.
  • Twitter API: Permite acessar e interagir com os recursos do Twitter, como postar tweets, recuperar tweets de usuários, buscar por hashtags, etc.
  • Facebook Graph API: Permite acessar e interagir com os dados e recursos do Facebook, como perfis de usuários, postagens, fotos, eventos, etc.

As APIs podem ser disponibilizadas de diferentes formas, como APIs web baseadas em protocolos como REST ou SOAP, APIs de bibliotecas de programação que fornecem funcionalidades específicas, APIs de sistemas operacionais que permitem que os aplicativos acessem recursos do sistema, entre outros exemplos.

Requisição

Resposta

Processamento

Resultado

O que são web services?

Web services são serviços que permitem a comunicação e a troca de dados entre sistemas diferentes pela internet. Eles são projetados para facilitar a integração entre aplicações de software.

O que é SOAP?

O SOAP (Simple Object Access Protocol) é um protocolo(conjunto de regras) rigoroso de comunicação baseado apenas em XML, sendo utilizado para a troca de informações estruturadas entre sistemas distribuídos. O SOAP utiliza principalmente o protocolo HTTP, mas pode ser usado com outros protocolos. Ele oferece recursos avançados, como segurança, suporte a transações e roteamento de mensagens. No entanto, seu uso tem diminuído em favor de abordagens mais leves e orientadas a recursos, como o REST.

Afinal, o que é REST?

A API REST (Representational State Transfer) é um estilo arquitetural (regras menos rígidas que um protocolo), adequado para cenários básicos. Eles são mais leves e fáceis de serem implementados, contendo os seguintes padrões:

  1. Arquitetura Cliente-Servidor: O padrão RESTful separa a aplicação em duas partes distintas: o cliente, que solicita recursos, e o servidor, que fornece esses recursos. Essa separação permite uma maior escalabilidade e modularidade do sistema.
  2. Stateless (Sem estado): Cada solicitação do cliente para o servidor contém todas as informações necessárias para que o servidor entenda e processe a solicitação. O servidor não mantém nenhuma informação sobre o estado do cliente entre as solicitações, o que permite uma maior escalabilidade e independência das requisições.
  3. Uso de Métodos HTTP: O padrão RESTful utiliza os métodos padrão do protocolo HTTP, como GET, POST, PUT e DELETE, para manipular os recursos. Cada método possui um propósito específico: GET para recuperar dados, POST para criar novos recursos, PUT para atualizar recursos existentes e DELETE para remover recursos.
  4. Identificação de Recursos: Os recursos são identificados por meio de URLs únicas (Uniform Resource Locators) que seguem uma estrutura hierárquica. Cada recurso tem sua própria URL, permitindo que os clientes acessem e manipulem esses recursos de maneira individual.
  5. Manipulação de Representações: O padrão RESTful permite que os clientes solicitem diferentes representações dos recursos, como JSON, XML, HTML, entre outros. A representação escolhida é determinada por meio dos cabeçalhos HTTP da solicitação.
  6. HATEOAS (Hypermedia as the Engine of Application State): O princípio HATEOAS sugere que as respostas da API devem conter links ou referências para outros recursos relacionados. Isso permite que os clientes descubram e naveguem pelos recursos de forma dinâmica, sem a necessidade de conhecimento prévio sobre a estrutura da API.

GET / POST /
PUT / DELETE

JSON / XML

Guia Simples de Criação de um Serviço nos Padrões RESTful

Para criar um web service REST, você pode seguir os seguintes passos:

  1. Defina os recursos: Identifique os recursos que o seu web service irá expor. Os recursos representam as entidades com as quais os clientes poderão interagir, como usuários, produtos, pedidos, etc.
  2. Projete a estrutura de URLs: Defina uma estrutura de URLs intuitiva e amigável que represente os recursos e as operações que podem ser realizadas sobre eles. Por exemplo, "/usuarios" para obter todos os usuários, "/usuarios/{id}" para obter um usuário específico.
  3. Escolha os métodos HTTP apropriados: Utilize os métodos HTTP adequados para as operações sobre os recursos. Os principais métodos são GET (obter informações), POST (criar um novo recurso), PUT (atualizar um recurso existente) e DELETE (remover um recurso).
  4. Implemente as operações: Desenvolva a lógica para cada operação sobre os recursos. Isso pode envolver acessar um banco de dados, realizar cálculos, chamar outros serviços, etc.
  5. Serialização de dados: Determine o formato de dados a ser utilizado para representar os recursos. Os formatos comuns são JSON (JavaScript Object Notation) e XML (eXtensible Markup Language). Garanta que os dados sejam serializados corretamente ao enviar as respostas aos clientes.
  6. Tratamento de erros: Implemente mecanismos de tratamento de erros e retorne respostas adequadas em caso de falhas ou situações excepcionais.
  7. Teste e depure: Realize testes para garantir o funcionamento correto do seu web service. Utilize ferramentas de testes de API ou faça chamadas HTTP diretamente para verificar as respostas e o comportamento do serviço.
  8. Documentação: Documente o seu web service, descrevendo os recursos disponíveis, os métodos suportados, os parâmetros necessários e as respostas esperadas. Isso ajudará os desenvolvedores a utilizar seu web service de forma correta.
  9. Implante e publique: Implante o seu web service em um servidor ou plataforma adequada e disponibilize-o para uso pelos clientes.

Lembre-se de seguir os princípios do REST, como a utilização adequada dos métodos HTTP, a separação de preocupações, a ausência de estado entre requisições e o uso de recursos e identificadores únicos.

É recomendado utilizar frameworks e bibliotecas específicas para o desenvolvimento de web services REST, como o Jersey para Java, o Flask para Python, o Express.js para Node.js, entre outros. Essas ferramentas fornecem recursos que facilitam a criação e o gerenciamento de web services REST.